Sempre gostei de escrever...
As ideias, ou inspirações, surgem quase sempre à noite, quando estou já deitada e não são poucas as vezes em que escrevo gatafunhos, às escuras, num pedaço de papel... tópicos para no dia seguinte completar um poema, ou uma história.
Hoje é o Dia Mundial da Criança e partilho duas coisas; Um conto, de 2011 e uns cupcakes que fizeram as delícias da amiguinha da minha Princesa Caracol, que passou o fim de semana connosco; a Maria.
Para todas as crianças, para o Dia Um...Na Cozinha e para todos os adultos que têm uma crianças dentro si, como eu :-), ofereço cupcakes e um conto.
Um conto infantil, de muita amizade, sol, praia e cumplicidade.
Cupcakes de pepitas com cobertura de mascarpone
Ingredientes (inspirado daqui)
200 g de farinha sem fermento
1 c. e 1/2 de chá de fermento em pó
185 g de açúcar amarelo
1 pitada de sal
90 g de margarina amolecida
2 ovos L
1 c. de chá de baunilha
125 ml de leite meio-gordo
3 colheres de sopa de pepitas de chocolate
Preparação
Bater o açúcar com a margarina até obter uma mistura cremosa. Adicionar os ovos, um de cada vez, batendo bem entre cada adição. Juntar a baunilha
Misturar a farinha, o fermento e o sal e adicionar esta mistura em 3 vezes alternando com o leite, envolvendo com a colher de pau gentilmente
Juntar as pepitas e cuidadosamente envolvê-las na massa.
Forrar o tabuleiro com forminhas de papel e dividir a massa pelas mesmas.
Levar ao forno a 180 ºC durante cerca de 20 min. Deixar arrefecer os cupcakes antes de os cobrir.
Cobertura (inspirado daqui)
250g queijo Mascarpone
100ml de natas para bater frescas (que sejam fortes)
90gr de açúcar em pó
2c de sobremesa de sumo de limão
Sprinkles cor de rosa
Preparação
Juntar todos os ingredientes e bater até ficar um creme macio preparado para saco de pasteleiro. Levar ao frio para solidificar um pouco, tendo o cuidado de tapar com película aderente.
Depois dos cupcakes arrefecidos, decorar a gosto usando um bico de estrela e um saco de pasteleiro.
Salpicar com sprinkles cor de rosa.
Estes cupcakes não seriam tão graciosos se não estivessem aconchegados numas forminhas lindas! Estavam aguardando uma receita especial e tenho a certeza que esta era mesmo a que eles queriam!
Obrigada querida Sandrinha That Cake Sweet. Eles adoraram-se :-)
E agora... toca a lambuzarem-se :-)
Obrigada querida Sandrinha That Cake Sweet. Eles adoraram-se :-)
Conto
Esta história é uma história diferente das outras. Não começa por “Era uma vez”. Começa por “Eram dois amigos”.
Eram dois amigos que viviam junto a uma costa numa cidade cheia de luz, cor, um mar imenso e uma brisa que fazia voar os cabelos das meninas, que eram todos compridos. Um lugar onde as pessoas eram todas amigas. Faziam muitas festas para conviver, e ajudavam-se umas às outras, sem pensar em recompensas.
Nessa cidade com nome de Sol, as crianças portavam-se sempre bem, iam à escola com sede de aprender, e amavam os pais, os amigos e os animais. Todas as crianças tinham um animal em casa para ajudar nas brincadeiras.
Um desses meninos chamava-se José. Era um menino louro, com nuances no cabelo a parecer os raios de sol misturados com o castanho da terra, em forma de caracóis. Uns olhos doces e um sorriso alegre que quando o mostrava emanava alegria à sua volta. Era um menino cheio de vontade de conhecer o mundo. Usava sempre uma boina que nunca queria largar. Era custoso a professora conseguir convencê-lo que dentro da sala de aula não se podiam usar boinas.
Um desses meninos chamava-se José. Era um menino louro, com nuances no cabelo a parecer os raios de sol misturados com o castanho da terra, em forma de caracóis. Uns olhos doces e um sorriso alegre que quando o mostrava emanava alegria à sua volta. Era um menino cheio de vontade de conhecer o mundo. Usava sempre uma boina que nunca queria largar. Era custoso a professora conseguir convencê-lo que dentro da sala de aula não se podiam usar boinas.
Apesar de ser um menino feliz, sentia-se limitado por ser muito pequeno e não poder viajar. Perdia-se muitas vezes a fazer desenhos de outros mundos imaginários, que ele trazia dentro da sua cabecinha de um menino de 12 anos.
Para sua companhia tinha um animalzinho que fazia parte de si próprio. Um guaxinim sempre aos saltinhos, alegre como o José e com vontade de correr, correr. Parecia que, como o menino, queria conhecer o que havia para lá daquele mar azul e brilhante.
Ao lado do José, na escola, como colega de carteira estava a Maria. Uma menina de pele de seda muito clara. Um ar frágil, mas cheia de força interior. Tinha uns longos cabelos castanhos, a acompanhar os olhos de um brilho radiante. Também uma menina alegre, mas um pouco fechada na sua concha. Viera ao mundo num dia de tempestade, e todos diziam que ela queria ver o sol quando nascesse. Como não aconteceu ela ficou triste. Claro que eram histórias para justificar o seu ar sempre perdido nos pensamentos. No primeiro dia de sol do ano a Maria corria desenfreada para junto do mar e ficava horas a brincar com a areia fazendo-a escorregar pelos dedos e a cada movimento da areia o brilho dos seus olhinhos fazia sorrir o José que ia sempre atrás dela.
Num desses dias de sol, estavam os dois na praia a rir, a correr e a brincar, quando avistaram um barco pequenino que se aproximava da costa. O barquinho parecia vazio, porque não se via ninguém lá dentro. Maria e José esperaram que o barco chegasse à areia e correram para ele. Lá dentro estava um menino. Pele muito morena do sol, cabelos pretos e dormia profundamente. A roupa estava meio rasgada e o corpito muito magro.
Os dois meninos assustaram-se com o que estava perante eles. Nunca tinham conhecido nenhuma criança com tanta falta de cuidado. Na cidade Sol não havia fome.
Ficaram sentados à espera que o menino acordasse, pacientemente. O sol estava já no fim do seu dia de dar luz à cidade quando o menino, finalmente, abriu os olhos, parecendo não saber onde estava. Quando reparou nos dois meninos ao seu lado recuou assustado. Fugiu do barco e correu ao longo da praia. Maria e José correram atrás dele. Mas o menino, como estava muito fraco, depressa se cansou e caiu.
- Não se aproximem, olhem que vos posso magoar.
Os dois meninos ficaram espantados. Eles não conheciam violência e nunca havia meninos a lutar na sua cidade.
- Não queremos fazer-te mal! Como te chamas? De onde vens? Estás sozinho? És muito pequeno. Onde estão os teus pais?
As perguntas choviam e o menino moreno do sol nem conseguia fixar todas.
- Calem-se. Não preciso de ninguém. Os meus pais à muito se foram e eu ando muito bem sozinho. Agora deixem-me sossegado.
- Não tens fome? - Perguntou a Maria.
- Tenho, mas sempre arranjo alguma coisa. - Disse o menino com ar despreocupado.
- Podes ao menos dizer o teu nome. - Disse José.
- Resolvi chamar-me Zás. Porque tão depressa estou aqui, como zás desapareço e já estou ali.
- É… Engraçado. - Disseram os dois meninos.
O momento do susto tinha acabado, e os três meninos começaram a andar pela praia a conversar.
- Temos que ir para casa. São horas de jantar e costumamos estar à mesa todos juntos.
- Vocês não estão sozinhos? - Perguntou Zás
- Claro que não. Temos pais, família e amigos. Vivemos felizes, porque nos dão beijinhos e gostam muito de nós. E amanhã temos escola.
- Beijinhos, família, amigos, escola!... não sei para que serve isso. Só se for para nos prender. – Disse revoltado Zás.
- Tu não conheces a felicidade, pois não Zás? – Disse Maria
- Não. Ou se conheço é à minha maneira Eu ando sempre a rodar e só me preocupo em arranjar comida.
- Queres vir jantar connosco? Por acaso hoje há um churrasco na minha casa com os pais da Maria. - Disse José.
- Hum! Não sei. Ainda me expulsam porque estou muito sujo. Fazem-me sempre isso. – Ripostou Zás
- Aqui não! Nem penses! Somos todos amigos uns dos outros. Não tratamos mal ninguém. Nem sabemos como isso se faz. – Disse José.
Ainda a medo Zás acompanhou os meninos até à cidade.
No jardim de José cheio de árvores, flores e algumas esculturas que José fazia usando madeira encontrada na praia, estavam já todos.
- Olá meus queridos. Chegaram mesmo a tempo de por a mesa. – Disse a mãe do José. Uma senhora com muita sabedoria.
- Mamã, trazemos um amigo para jantar.
- Nem pensem que me vão bater, vou já embora. – Disse Zás, antes sequer que a mãe pudesse responder.
- Claro José. Arranja uma roupa tua para ele. E venham comer!
- Não me vão expulsar? Posso mesmo ficar? – Perguntou espantado Zás. Se assim for, será a primeira vez que isso me acontece.
- Claro que não. Se não tens ninguém, como parece, podes ficar a viver aqui connosco. O José além do seu guaxinim não tem irmãos. Tenho certeza que adorava ter um como tu. – Disse o pai do José. Um senhor com uma barba que demonstrava anos de experiências.
- Fica Zás. – Disse José cheio de esperança.
- Será que desta vez posso ficar? Nunca tive quem me quisesse dar uma família, por isso era mau com toda a gente e fugia. – Disse Zás com uma lágrima a saltar dos seus olhinhos pretos.
- Ficarás para sempre. Só tens que prometer uma coisa. Que nos contas tudo o que viste por esse mundo fora enquanto andaste sem rumo.
- Tenho muitas histórias para contar, se quiserem ouvir. Posso contar uma por noite todos as noites do ano.
- Mamã posso vir todas as noites a casa do José antes de dormir? – Perguntou Maria.
Todos se riram. A mãe acenou que sim e foi um jantar como todos os outros na cidade Sol. Com felicidade, e um amigo novo. Seriam agora três amigos...
Um feliz dia para todos os cozinheiros e para todas a crianças do mundo. Um mundo que deveria ser mágico, para que crescessem felizes...
Deliciosos!
ResponderEliminarAdorei o conto.
Olá :)....
ResponderEliminarmagnificos!!!
Beijocas
http://nacozinhadaleonor.blogspot.pt/
lindos! adorei .
ResponderEliminarO Cantinho dos Gulosos
Gostei do conto.
ResponderEliminarAguardo as histórias que o Zás irá contar.
Maravilhosos!
ResponderEliminarQue lindo conto, até me vieram as lágrimas aos olhos. Vou comer um cupcake para me consolar (que, aliás, estão lindos!).
ResponderEliminarBeijinhos
Muito obrigada por comentários tão simpáticos. Sabe tão bem :-)
ResponderEliminarE o conto... Já foi escrito há algum tempo (2011)! Era assim que deveria ser o mundo para todas as crianças ❤️
Beijos grandes a todos
Cláudia
Adorei o teu conto e os teus cupcakes! São dignos uns do outro, lindos!
ResponderEliminarBeijinhos
Que deleite para o olhar de tão delicados...adorei! :)
ResponderEliminarEra tão bom que todas as crianças do mundo fossem felizes e pudessem comer um destes teus cupcakes lindos. O dia da criança é importante de celebrar, pensar na criança que temos dentro de nós, nas nossas crianças, e naquelas menos afortunadas.
ResponderEliminarFicaram tão perfeitos, nessas forminhas, um amor. Um beijinho.
Olá Claudinha ❤️. Eu nem preciso dizer de novo que gosto demais do que você escreve né? E quanto aos cupcakes aí está meu ponto fraco, porque sou louca por esses bolinhos, são tão fofos... e a cor então as minhas preferidas branco com rosinha um encanto só!
ResponderEliminarBeijinhos!!!
Olá!
ResponderEliminarAdorei o conto! ;)
Os cupcakes ficaram lindos, coloridos e com um aspeto muito suave e delicioso. :)
Parabéns! Bjinhos
Margarida
Nem caibo em mim de contente!
ResponderEliminarSabe tão bem ler todas estas palavras doces.
Muito obrigada a todos e boa semana, cheia de sol e felicidade
Beijinhos
C