29 de maio de 2016

A ternura dos 40... da Catarina


A Catarina, ou Cata para os amigos é das pessoas mais carinhosas e intensas que conheço. Tem tanto de meiga como de acelerada (risos). Mulher dotada de corrida constante. Sempre com passo apressado, sempre com um mundo de coisas para tratar e duas meninas (lindas) para cuidar. Sempre alegre, com um sorriso contagiante e palavras incentivadoras. 
No jantar do seu aniversário esteve rodeada de quem mais ama. Amigos, primos, crianças. Amigas com tantos anos como os 40 que fez... são tão poucos que conseguem!
A noite foi linda, alegre e divertida numa sala cheia e a Catarina estava feliz... muito feliz!
Parabéns minha querida. Que toda a tua vida seja intensa, florida e... menos apressada :-)









20 de maio de 2016

"Donauwelle tart" e de vez em quando... desilusões


Nem sempre corre tudo bem por esta cozinha!
Quantas vezes entro super entusiasmada para fazer aquele bolo, aquela sobremesa ou mesmo aquele assado e depois sai tudo diferente do que eu imaginei!
Enquanto preparo  já estou a imaginar as fotografias, os props e os paninhos que poderei usar. Espero que haja luz, penso. Tento perceber se se adapta melhor uma luz mais clara, matinal ou mais escura, num fim de tarde.



Faço tudo direitinho com diz na receita. Leio, releio para não escapar nada e o forno aguarda, já ligado.
Corre tudo bem e a forma lá está, no quentinho para fazer o seu papel.
Enquanto preparo as outras fases do bolo, penso no texto. Penso no meu dia a dia, num momento passado ou em algo que queira "desabafar".
Está tudo pronto para continuar. O bolo sai do forno, está bonito, observo.
Deixo a arrefecer e enquanto isso vou arrumando a cozinha.


Está tudo feito, conforme a receita. A mesa, a câmara, tudo a postos e pronto para começar. Tiro o bolo do frio e preparo-me para o cortar aos quadradinhos... é aí que percebo que algo não correu como previsto!
O que se sente? Desilusão, insatisfação, desalento.
A vontade é não continuar, não tirar sequer fotografias... mas eu insisto e tento reparar o problema, até que reparo que não há solução possível.
Tristinha lá tiro umas fotografias do que se pode remediar.
E é isto, um bolo que não ficou com o efeito  pretendido (ondas), mas que quero publicar, porque nem sempre corre tudo bem na minha cozinha, como também não deve correr em tantas outras :-)
Ficou delicioso, é verdade e fez sucesso no meu trabalho entre as minhas "cobaias"; os meus colegas.
O que me intriga é que não sei aonde foi parar o creme de baixo... era igual quantidade ao de chocolate e simplesmente, puft... transformou-se numa linha debaixo das cerejas, hehe :-)
Aqui vai a receita, que não aconselho, a não ser o creme de baunilha da Lia, esse sim, era divinal e saiu perfeitíssimo :-)


Donauwelle tart - Bolo ondas do Danúbio

Ingredientes (para a base de bolo)
1 embalagem de cerejas em conserva
250g de manteiga em temperatura ambiente
1 pacote de açúcar baunilhado
200g de açúcar
5 ovos
100ml de leite
300g de farinha
1 pitada de sal
3 colheres de chá de fermento em pó
2 colheres de sopa de cacau em pó

Ingredientes (para o pudim de baunilha) (daqui - Lemon and Vanilla)
250ml de leite gordo
1 colher chá de extracto de baunilha
100g de açúcar
1 ovo + 1 gema
55g de Maizena
100g de manteiga, à temperatura ambiente

Ingredientes (para a cobertura final)
200 g de chocolate em barra

Preparação (para a base de bolo)
Deixar as cerejas a escorrer de um dia para o outro. 
Numa tigela peneirar a farinha, o fermento e o sal e reservar.
Bater o açúcar e a manteiga até ficar um creme. Adicionar os ovos um a um e bater entre cada adição.
Acrescentar o leite e a mistura de farinha. Envolver tudo até formar uma massa homogénea.
Forrar um tabuleiro com cerca de 30cmx30cm com papel vegetal.
Dividir a massa em duas partes e deitar uma metade no tabuleiro. Alisar. 
Misturar o cacau com a outra metade da massa e deitar sobre a primeira no tabuleiro. Alisar
Por fim colocar as cerejas e levar ao forno durante cerca de 30 minutos a 180º.

Preparação (para o pudim de baunilha)
Enquanto isso preparar o pudim de baunilha...
Colocar o leite e a baunilha num tacho e levar ao lume até levantar fervura.
Numa taça, bater o ovo, a gema e o açúcar.
Adicionar a Maizena e bater tudo muito bem, até obter uma mistura cremosa.
Juntar o leite quente em fio, mexendo vigorosamente.
Colocar a mistura de volta no tacho, levar a lume brando mexendo sempre, até a Maizena estar cozida, a mistura bem espessa e começar a ferver.
Transferir a mistura para uma taça e cobrir a sua superfície com película aderente. Deixar arrefecer completamente.

Depois de fria, colocar a mistura na taça da batedeira eléctrica e bater, juntando a manteiga, um bocadinho de cada vez, até obter um creme macio, leve e fofo. Reservar no frigorífico. 

Depois do bolo esfriar derramar o pudim sobre o bolo. Por fim derreter o chocolate e deitar sobre o bolo. Desenhar umas curvas no chocolate e deixar endurecer.
Cortar em quadrados e assim se deveria ver o efeito ondas (que não consegui) :-(


Para verem alguns bem feitinhos podem ir até aqui ou aqui :-)
Beijinhos às meninas do passatempo Sweet World... e cá vou continuando! Sem desistir :-)



15 de maio de 2016

Bombons de manteiga de amêndoa e arroz tufado


É engraçado apercebermo-nos o quanto os nossos gostos alimentares se vão alterando ao mesmo tempo que crescemos.
Lembro-me bem da minha mãe fazer outras comidinhas especiais para mim quando a refeição era sardinhas assadas ou iscas de fígado, que ainda hoje não consigo comer. O mesmo com lulas, atum e aquela manteiga de amendoim ou amêndoa que a minha tia barrava no pão do lanche, na praia. Couves cozidas, pepino... brrr, nem pensar!
Hoje olho para trás e pergunto-me que parvoíce teria eu para não gostar daquelas lulas estufadas ou grelhadas que saem da cozinha da minha mãe, daquela saladinha de atum cheia de vegetais e com a maionese que só o meu pai sabe fazer ou daquelas sandwiches com que as minhas primas se deliciavam a olhar o mar. 
Cheguei a comprar um frasco de manteiga de amendoim, mas ficava por lá... e o tempo acabava por estragar e ir parar ao lixo. Um desperdício, enfim!
Neste momento já são poucos os alimentos que não "entram" mesmo e apesar de em criança não ter sido realmente muito amiga de verdes, hoje couves e vegetais estão sempre no meu prato. 
Dou tudo por um almoço de apenas uma salada com alface, pepino, cenoura ralada salpicada com umas sementes de girassol e umas gotas de um bom azeite.


À dias atrás no blog, delicioso por sinal, da minha querida amiga Patrícia, Food With A Meaning saíram uns frasquinhos maravilhosos contendo variadas manteigas sem lactose. Fez-se um plim na minha memória e pensei: será que já gosto disto? Hei-de experimentar!
Os pensamentos foram amadurecendo e ganhando vontade. Mas ao mesmo tempo pensava no que havia de fazer com a manteiga sem ser só barrar no pão...
E comigo é sempre assim! As perguntas respondem-se por si próprias :-)
A chegada de um convite vindo do El Corte Inglês veio resolver o meu dilema, antes de eu o saber. Nem pensar em faltar... era a apresentação do novo livro, Sobremesas 555 da SUPER Rita Nascimento, La Dolce Rita. E parecendo ela que adivinhava os meus conturbados e indecisos pensamentos, eis que a nossa animada Rita nos contempla com uns bombons de manteiga de amendoim. Saí de lá decidida... é agora! Vou fazer uma variação em manteiga de amêndoa... e parece que mais uma vez me surpreendi a mim própria... descobri que gosto de manteiga de amêndoa :-)
Associada ao chocolate, e ao crocante arroz tufado saiu uma combinação perfeita que de certeza vou repetir. Até porque sobrou manteiga de amêndoa e está bem guardada, hermeticamente fechada com estas tampinhas extensíveis de silicone da kocheblume. Fiquei fã... adoro e já fazem parte do meu dia a dia.
São eficientes em qualquer frasco ou fruto ou lata onde se coloquem. O ar não entra e os líquidos não saem se o recipiente virar.
Para ter a confirmação enchi um frasco com água, tapei com uma stretchii e deixei deitado sobre uma folha de papel absorvente durante a noite. No dia seguinte... papel seco e frasco sem uma gota a sair.
Resulta mesmo! Já não vou largar :-)

Amêndoas suaves, chocolate e sabores crocantes, assim se faz um fim de semana.
Aproveitem, que eu já o fiz :-)




Bombons de manteiga de amendoim e arroz tufado (daqui - La Dolce Rita)

Ingredientes (manteiga de amêndoa) (daqui - food with a meaning)
300g de amêndoas cruas sem pele
1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de óleo de côco
1 pitada de sal

Preparação
Espalhar as amêndoas num tabuleiro de ir ao forno, forrado com papel vegetal
Tostar durante 10 minutos, mexendo de vez enquanto. Atenção para que não fiquem demasiado escuras. Deixar arrefecer completamente.
Num processador de alimentos, ou liquidificador adicionar as amêndoas torradas, e triturar na velocidade máxima até se transformarem em farinha. Baixar das paredes do copo o que houver, adicionar sal, o mel, e o óleo de côco e triturar novamente.
À medida que vai triturando, a farinha vai dando lugar a uma bola de massa. Descer das paredes e voltar a triturar, até obter a consistência desejada.

Ingredientes (bombons) (daqui - la dolce rita)
200g de chocolate de leite
50g de manteiga de amendoim confeccionada acima
50g de arroz tufado

Preparação
Colocar umas formas de silicone no congelador.
Partir o chocolate em pedaços e derreter em banho-maria juntamente com a manteiga de amêndoa mexendo sempre até o chocolate estar derretido e a manteiga dissolvida. Adicionar o arroz tufado e envolver tudo de forma a cobrir todo o arroz, mas com cuidado para não o esmagar.
Retirar as formas do congelador e distribuir o preparado por todas. Bater levemente na bancada para retirar qualquer bolha de ar que se tenha formado.
Levar ao frigorífico até o chocolate endurecer e retirar com cuidado das formas.
Deliciar-se "crocantemente" :-)



peanut butter 
and
 puffed rice bonbons

Ingredients (almond butter)
300g raw almonds skinless
1 tablespoon of honey
1 teaspoon of tea coconut oil
1 pinch of salt

Preparation
Spread the nuts on a oven board lined with parchment paper.
Bake for 10 minutes, stirring from time to time. Sure it does not get too dark. Cool completely.
In a food processor or blender add the toasted almonds, and grind at full speed until they become flour. Download the walls of glass that is worthy, add salt, honey, and coconut oil and grind again.
As you grinding, the flour is giving way to a ball of dough. Down the walls and re-grinding, to the desired consistency.

Ingredients (bonbons)
200g milk chocolate
50g of peanut butter 
50g puffed rice

Preparation
Put a silicone forms in the freezer.
Turn the chocolate into small pieces and melt in a double boiler along with the almond butter, stirring constantly until chocolate being melted and dissolved with the butter. Add the puffed rice and involve until cover all the rice, but be careful not to crush.
Remove the freezer shapes and distribute prepared for all. Gently tap on the counter to remove any air bubbles that may have formed.
Refrigerate until the chocolate harden and carefully remove the forms.
Crunchy delight :-)





Bom domingo... suave, doce e eterno 






6 de maio de 2016

Panquecas de queijo de cabra e mascarpone... e o velho que se torna lindo


Tenho o privilégio de ter as casas dos meus avós ainda habitadas e em ambas passo, todos os anos, alguns dias de férias. Situam-se no Norte e no Centro de Portugal, o que faz com que eu ande de baixo para cima e de cima para baixo, o que adoro!
São casas antigas, com móveis antigos, louças antigas... tudo coisas que à uns anos atrás não me despertassem a atenção. Gostava sim de algumas peças, mas como adolescente que era, o "velho" era feio e "démodé". Coisas novas e modernas é que me agradava.
Evidentemente que com a idade, os conhecimentos e este blog de culinária, os gostos alteraram.  Hoje aprecio o antigo, a beleza de determinadas peças e apercebo-me que o "velho" pode ser mais bonito e elegante que o novo.
Aproveito as férias para me deliciar com o que há dentro dos armários. vasculhar as arrecadações, os sótãos à procura daquele prato lindo, daqueles copos diferentes, da travessa maravilhosa ou da terrina de louça fina. De vez em quando trago uma peça emprestada, e claro... devolvo ou alguém se zanga comigo :-)
Faço receitas só e apenas para usar aquele prato, um talher, o tampo de mesa de madeira esburacada ou aquela cadeirinha linda, desgastada do tempo, perdida na arrecadação.
Esta mini peça de mobiliário tem nome, chama-se Deolinda, Lhi, para os meus filhos. Uma amiga que cresceu na aldeia da Serra de Montejunto. Que ensinou a fazer aqueles folares deliciosos, que viveu fiel aos seus princípios e à minha mãe. Podem vê-la aqui.
Pertencia à Deolinda esta cadeirinha vermelha, que me aguardava na arrecadação da casa da aldeia. Fica tão bem com estas panquecas a decorá-la e leva mais uma história para contar... quando regressar à arrecadação, da casa da aldeia.



Panquecas de queijo de cabra e mascarpone (inspirado daqui)

Ingredientes (compota de ameixa)
5 ameixas pretas sem caroço e cortadas em pedaços 
3 colheres de sopa de maple syrup (xarope de ácer)
2 colheres de sopa de água
Sumo de 1/2 limão
1 pau de canela

Ingredientes (panquecas)
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
60g de queijo de cabra, esfarelado
1/4 chávena de marscarpone
1 chávena de farinha (150g)
3 colheres de sopa de açúcar granulado (40g)
1 colher de chá de fermento em pó
1/4 colher de chá de canela
1/4 colher de chá de sal
1 ovo
sementes de 1 vagem de baunilha
1 colher de chá de essência de baunilha
2/3 de chávena de leite

Preparação (compota de ameixa)
Colocar as ameixas, o maple syrup, o sumo de limão, a água e o pau de canela numa panela, em lume médio-baixo. Quando começar a ferver, mexer e reduzir o calor. Deixar cerca de 15 minutos em lume baixo. Retirar o pau de canela e deixar arrefecer.

Preparação (panquecas)
Numa tigela pequena, misturar a farinha, o açúcar, o fermento, a canela e o sal. Reservar.
Usando um  tachinho derreter a manteiga em lume médio. Reduzir o calor e adicionar o queijo de cabra e o marscarpone. Mexer até que o queijo tenha derretido e se forme uma mistura lisa, cerca de 3 a 5 minutos. Retirar do fogo e reservar.
Na tigela da batedeira bater o ovo em alta velocidade cerca de 1 minuto. Raspar o interior da vagem de baunilha e juntar ao ovo batido. Adicionar o extrato de baunilha e a mistura de queijo e bater em velocidade média até ficar homogéneo. Adicionar o leite e bater por mais um minuto.
Adicionar os ingredientes secos em baixa velocidade, mexendo apenas até combinar.
Deixar a massa descansar por 5 minutos. Entretanto pincelar com um pouco óleo uma frigideira pequena e deitar uma concha de massa. Deixar cozinhar até que comecem a aparecer umas “bolhas” na superfície. Em seguida, virar com ajuda de uma espátula ou os mais experientes podem virar a panqueca no ar e deixar cozinhar até dourar. Entre cada panqueca rechear com um pouco da compota. Repetir a operação até esgotar a massa.
Por fim, cobrir com um bom chantilly salpicado com canela e decorar com a restante compota.


goat cheese and 
mascarpone pancakes

ingredients (plum jam)
5 plums, pitted and sliced
3 tablespoons maple syrup
2 tablespoons water 
1/2 lemon juice
1 cinnamon stick

ingredientes (pancakes)
2 tablespoons unsalted butter 
60g of goat crumbled cheese
1/4 cup of marscarpone
1 cup of meal
3 tablespoons granulated sugar 
1 teaspoon baking powder
1/4 teaspoon cinnamon
1/4 teaspoon salt 
1 egg
seeds of 1 vanilla pod
1 teaspoon vanilla extract 
2/3 cup milk

preparation (plum jam)
Place plums, maple syrup, lemon juice, water and cinnamon stick in a saucepan over medium-low heat. When it starts boiling, stir and reduce heat. Leave about 15 minutes on low heat. Remove the cinnamon stick and let cool.

preparation (pancakes)
In a small bowl, mix the flour, sugar, baking powder, cinnamon and salt. Reserve.
Using a small pan melt the butter over medium heat. Reduce heat, add the goat cheese and marscarpone. Stir until the cheese has melted and formed a smooth mixture, about 3 to 5 minutes. Remove from heat and reserve.
In the mixer bowl beat the egg at high speed about 1 minute. Scrape the inside of the vanilla pod and add at the beaten egg. Add the vanilla extract and the cheese mixture and beat on medium speed until smooth. Add the milk and beat for another minute.
Add the dry ingredients on low speed, stirring just to combine.
Let the dough rest for 5 minutes. However brush with a little oil a small frying pan and pour a pastry shell. Let cook until they begin to appear a "bubble" on the surface. Then turn around with the help of a spatula or the more experienced can turn the pancake in the air and cook until golden brown.
Between each pancake garnish with a bit of jam. Repeat the operation until end the mass.
Finally, cover with a good whipped cream, sprinkled with cinnamon and decorate with the remaining compote.
Good appetite





Comecem a preparar a mesa de domingo. Um pequeno almoço em família, vagaroso, possivelmente ensonado, mas por entre conversas animadas.
Bom fim de semana :-)



1 de maio de 2016

Pavlova de marshmallow... e uma recordação palaciana


Desde que conheço a pavlova, devo ter feito umas quatro vezes. Cada vez de faço acontecem-me sempre duas coisas; nunca ficam iguais e lembro-me sempre da minha avó Luísa.
Era uma avó emprestada, porque foi com quem o meu avô casou depois de ter falecido a minha avó de sangue. A avó Luísa era uma senhora do Cadaval. Vivia numa casa apalaçada, cor-de-rosa, que eu adorava. 
Quando vínhamos de férias dormíamos sempre lá algumas noites. Na chegada e no regresso era sempre. Era uma casa de dois andares (que ainda existe) e umas águas furtadas de um autêntico palacete. Havia a escadaria principal, que saía do hall de entrada e fazia curva em direcção ao corredor do primeiro andar e um escada de serviço, muito mais estreita que se situava ao fundo do corredor, no meio da casa, logo ao lado da cozinha. Era uma escada mais escura e ia até ao sótão, onde se situavam os quartos das criadas, todas "Maria", tivessem o nome que tivessem :-)
O quarto onde eu dormia com a minha irmã tinha uma cama de postes de ferro altíssima, mais de um metro, talvez. Lembro-me que ficava com os pés pendurados quando me sentava. Já tinha uns 14 anos, e não cresci muito mais depois disso. Por baixo da cama tinha um penico em esmalte de tons azul, quase da altura da cama. Nunca perguntámos nada, mas sempre supus que deveria ser um penico de senhor, hehe.
No piso de baixo tinha a cozinha, enooooorme, o sonho de qualquer uma de nós, com uma mesa de pedra mármore gigantesca no meio, a bancada em frente a uma janela, também enorme e imensos armários. Dava para o jardim. 
Nesse piso havia também o salão de almoço, o escritório algumas divisões e ao fundo umas escadinhas mini labirinticas. Subia-se, descia-se, uma gracinha e íamos dar a mais uns quartos. Um dos quartos, pasmem, só tinha periquitos. Haviam gaiolas enormes cheias de cores de passarinhos e vários bancos, com costas, almofadados com padrões floridos, Era uma sala idílica. Imensos passarinhos a cantar, o sol que entrava por entre os cortinados floridos que dava à sala um ambiente lindo e bucólico. Podíamos sentar ou deitar a ler naqueles bancos ao som daquela música de asas. Era o meu lugar preferido da casa. Ficava lá todo o tempo que podia, só a ouvir e a olhar... aquela sonhadora Cláudia!


Para lá da porta da cozinha havia um jardim imenso e mesmo ao lado da casa, uma escada estreita de pedra, que quase não era usada. Ia dar ao terraço situado no primeiro andar. Para subir tinha de afastar as folhas da hera que subia também pelas escadas. A porta de uma casa de banho era umas das divisões que  dava para esse terraço.
Para o fundo daquele jardim tão bem tratado pelo jardineiro, estava uma ponte de pedra que dava para a adega e cavalariças. Por baixo passava, e passa, uma estradinha de piso desigual, típico da época. Nessa ponte havia uma ameixoeira, (agora vou babar), de ameixas amarelas que eram autênticas gemas de ovo. Encarregávamos sempre o nosso primo Alexandre de as apanhar. É um primo muito alto e ninguém melhor que ele para subir o muro da ponte e atirar umas quantas para nós nos deliciarmos. Nem precisávamos lavar ;-)


Os jantares na casa dos meus avós eram sempre cheios de requinte. Bonitos pratos e talheres, toalhas bordadas, criada fardada a servir!  Tínhamos de estar direitinhos à mesa e comer com algum cuidado para não dar cabo do esquema :-)
Ninguém fazia aquela sobremesa como a minha avó... Ilha. É praticamente uma pavlova em estilo antigo. Claras batidas com açúcar que vão ao forno. Só não ficavam com tanta crosta, devido à falta da Maezena. A minha avó cobria com doce de ovos, feito com as gemas. Ai como era boa a ilha da minha avó Luísa! Nunca a esquecerei. Por isso me lembro dela quando faço pavlova. Lembro-me dos jantares onde nunca faltava a ilha, branquinha, tostada nos bicos das claras e coberta de doce de ovos...


Pavlova de marshmallow e frutos vermelhos

Ingredientes (pavlova)
6 claras de ovo a temperatura ambiente
1 pitada de sal
1 1/2 chávenas de açúcar
2 colheres de chá de amido de milho (farinha maizena)
1 colher de chá de vinagre branco

Ingredientes (cobertura)
140g de Fluff (marshmallow) aqui
100g de queijo creme
1/2 colher de chá de aroma de baunilha
1 punhado de amoras, mirtilos e groselhas
Coulis de morango (receita aqui)

Preparação (pavlova)
Para fazer uma pavlova é necessário uma batedeira potente e as claras obrigatoriamente a temperatura ambiente.
Pré aquecer o forno a 180º. Numa folha de papel vegetal desenhar um círculo de cerca de 16cm. Forrar um tabuleiro com esse papel vegetal. Reservar.
Bater as claras com o sal até endurecerem. Lentamente deitar o açúcar sem parar de bater, cerca de 10 minutos a velocidade alta, até o merengue ficar espesso e brilhante. Quando levantar as pás o meregue deverá estar espesso o suficiente para não cair das pás.
Acrescentar o amido de milho e o vinagre e bater até misturar.
Deitar colheradas de merengue no interior do círculo de papel vegetal. Levantar um pouco dos lados para formar uma pequena cratera no meio. 
Levar ao forno a 180º durante 5 minutos. Reduzir a tempertura para 130º e deixar por cerca de 1 hora.
Desligar e deixar a pavlova arrefecer completamente dentro do forno. Para que não sofra o choque do arrefecimento e não baixar.
Eu deixei de um dia para o outro dentro do forno.
No dia seguinte fazer a cobertura.
Misturar o marshmallow com o queijo creme e adicionar o aroma de baunilha.
Espalhar por cima da pavlova. Decorar com os frutos e terminar com o coulis de morango.
É deliciosa :-)
Bom domingo e aproveitem para mimar MUITO todas as mamãs.



marshmallow 
pavlova

Ingredients (Pavlova)
6 egg whites at room temperature
1 pinch of salt
1 1/2 cups of sugar
2 tea spoons of cornstarch
1 tea spoon of white vinegar

Ingredients (topping)
140g Fluff (marshmallow) here
100g cream cheese
1/2 teaspoon vanilla aroma 
1 handful of blackberries, blueberries and blackcurrants
strawberry coulis (recipe here)

Preparation (Pavlova)
To make a Pavlova you really need a powerful electric mixer and egg whites not to fresh.
Preheat oven to 180 degrees. In a baking paper draw a circle about 16cm. Line a baking tray with baking paper and reserv.
Whisk the egg whites with the salt until hardened. Slowly pour the sugar stirring constantly, about 10 minutes at high speed until the meringue become thick and glossy. When lifting the blades the meregue should be thick enough not to fall into the blades.
Add the cornstarch and vinegar and beat until blended.
Pour spoonfuls of meringue inside the circle of parchment paper. Gently lift the sides to form a small crater in the middle.
Bake at 180 degrees for 5 minutes and reduce oven temperture to 130 degrees and leave for approximately 1 hour.
Off the oven and leave the pavlova to cool completely in the oven. Not to suffer the cooling shock and do not download.
I left an overnight in the oven.
Make the topping
Mixing with the marshmallow cream cheese and add the vanilla flavor.
Spread over the pavlova. Garnish with berries and finish with strawberry coulis.
It's delicious :-)


  

Um bom domingo para todas as mamãs e um maravilhoso e docinho desfile pelo Dia Um...Na Cozinha.
;-)



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